Profª. Drª. Bárbara de Fátima.
2- Paralelismos entre os romances Moleque Ricardo (Black Boy Richard) e As Aventuras de Huckleberry Finn (The Adventures of Huckleberry Finn).
O personagem-título do romance de José Lins, o moleque Ricardo representa ao longo da estória a união do trágico na dualidade campo x cidade. Mais uma vez o meio ambiente, a natureza entra freqüentemente em cena a fim de descrever os acontecimentos sociais e políticos da cidade grande e os problemas enfrentados na zona rural com os seus moradores do engenho Santa Rosa, a influência do meio-ambiente nestes personagens e a comparação que de maneira psicológica afeta o moleque Ricardo quando ele está no Recife.
É GAMA e MELO (1991, p.279) quem o define como:
Ricardo, amolecido pelo barro patriarcal do Santa Rosa, afundada a infância no massapê gordo daqueles engenhos, vem florescer no Recife.
E o romance de cunho político o Moleque Ricardo (1935) não poderia ficar à margem de toda a natureza apresentada pelo autor José Lins. É um estudo dos vários tipos de influências nas coisas e nas pessoas introduzidas no texto através das comparações em relação:
a) Ao meio ambiente:
1- As tardes, Ricardo ficava sentado debaixo das mangueiras do quintal quase sempre a esta hora as cigarras cantavam na rua do Arame. (p. 87)
2- O barulho que os ventos faziam nas árvores chegava até o quarto de Ricardo. Uns galhos do cajueiro davam para um lado da venda. De noite, ali com Francisco, o moleque bem que se banhava do Santa Rosa, dos arvoredos de lá. A lua banhava tudo de branco como nas cajazeiras da estrada. (p. 129-30)
3- Quando chegaram no poste da estrada, o sol descia com toda a sua pompa de cores sobre o mangue cheio. Maré plena. Havia ouro na água serena, um ouro dos raios de sol, brilhando para a vista. (p. 200)
4- Só no mangue se podia ver a luz do sol se pondo. Um ventinho frio balançava as folhas dos coqueiros. (p. 223)
5- A lua vagava pelo céu da rua do cisco bem de longe do fedor do curtume, espelhando-se no mangue silencioso. Ali não cantavam sapos como nas lagoas do Santa Rosa, a água era imunda e serena. (p. 247)
b) Às pessoas:
1- Só as caras é que eram tristes. Ricardo no meio deles lembrou-se dos trabalhadores na volta do eito. Os de lá vinham com mais lama no corpo, com a barriga mais oca. (p. 80)
2- No entanto o patrão o tratava bem, sem gritos, sem aborrecimentos. Também não dava por onde. Vira com os outros aos berros. Os homens da padaria, até o patrício viviam com o patrão pelas goelas. Ninguém levasse pão para casa que ele visse. Chamava de ladrão a todo o mundo. Não era o “ladrão” da boca do velho Zé Paulino. Era um ladrão que feria os outros com vontade de ofender. Seu Alexandre, porém, gostava de Ricardo. (p. 100)
3- Cordeiro não lhe respeitava a fama de rico, de herdeiro de latifúndios. Metia o pau nas fendas, nos senhores de engenho, na miséria dos trabalhadores, sem que Carlos de Melo se importasse. (p.132)
4- O entusiasmo agitava as ruas. O leão do norte rugia por toda a parte, o doutor Pestana discursava para despertar consciência. (p.163)
c-) Aos lugares:
c-) Aos lugares:
1- De madrugada, quando saiu para o trabalho, ainda pensava naquelas coisas. O Santa Rosa moendo por conta dos trabalhadores. Qual nada aquilo só em sonho. Os cabras do eito teriam lá essa sorte? Ali mandaria para sempre o grito do velho. (p. 139)
2- De um estábulo de perto ouvia-se o falatório de gente tirando leite. Tiniam os chocalhos. O moleque se lembrou das manhãs do engenho. Do curral cheio de gado, da lama até nas canelas e dos potes de leite, teve até saudades de lá. (p.168)
d-) À política:
1- O operariado de lá continuava agitado. O Doutor Pestana se aliava com os políticos contra o Governo Federal. Os jornais guardavam pela autonomia do Estado, contra os interesses do Presidente da República em mandar em Pernambuco, e por isso a cidade andava em pé de guerra. Cangaceiros chegavam do interior. Dizia-se por toda a parte que o operariado ao lado do Borba. Via-se o chefe Pestana de automóvel como senador. (p.145)
e-) Aos sentimentos:
1- O moleque Ricardo andava amando outra vez. O amor de Guiomar rebentara, agora mais sujo, mais violento. O amor dele era mesmo da terra, vivo, de carne, amor melado de luxúria. (p.163)
f-) Às crenças:
1- Seu Lucas oficiava num culto. Era sacerdote de Xangô, pai de terreiro. O que ele ganhava nas flores gastava com o Deus dele, com os negros que lhe tomavam a benção, com as negrinhas que dançavam na sua igreja. Estivera preso como catimbozeiro, como negro malfeitor. Mas seu Lucas passava por tudo isso sem mágoa. (p.117)
g-) À profissão:
1- Agora Ricardo trabalha para um portuga numa padaria. Deixara a casa de dona Margarida a chamada de um vendedor de pão. Colocou-se como carregador de balaio, com noventa mil réis por mês, e lugar para dormir. (p. 89-90)
2- O próprio Dr. Pestana não passava de um capanga titulado, um instrumento de política burguesa. (p. 184)
h-) Às festas populares:
1- Era aquele o primeiro carnaval em que Ricardo se metia. Passara os outros ali em Recife, de fora, fora de tudo, do povo, da música. No engenho se falava das mascaradas, mas ninguém deixava a enxada nos três dias. Eram dias como os outros. Pela estrada apareciam mascaradas que todo mundo sabia que eram. Vestiam-se de negra e estalavam os chicotes, procurando pegar os moleques, que corriam se mijando de medo para as saias das mães. Na casa-grande, às vezes, quando havia gente de fora, sacudia a água uns nos outros. E o coronel na calçada rindo-se das raivas e dos sustos que faziam as negras com as bacias d’água sacudidas com força. O carnaval ali era só aquilo. (p. 219-20)
Como podemos observar Moleque Ricardo (1935) é um romance onde o autor José Lins mescla a estagnação ou estática do engenho Santa Rosa (zona rural) com a movimentação ou dinâmica da cidade do Recife (zona urbana). É um romance de cunho político-social, é também rico em detalhes e com diversificação em seus tipos humanos. Na política, temos “a figura do Dr. Pestana, o político, o amigo dos operários, com um olho na Câmara Federal, é um grande achado”. (SOBREIRA, ibidem, p. 48)
Em se tratando de história e política, o historiador José Octávio (1974, p. 47) relata com grande ênfase os mitos políticos de uma época, as quais influenciaram as idéias de José Lins:
É nesse particular, que reponta a marcante contribuição dos trabalhistas, quase todos jornalistas-políticos-escritores: Joaquim Pimenta, Agamenon Magalhães, Agripino Nazareth, Lindolfo Collor. A partir daí, o debate sobre o problema social brasileiro adquirirá um cunho visivelmente mais realista. [...] restava agora solver o outro problema: a redistribuição da riqueza nacional.
Ao fugir do engenho Santa Rosa, Ricardo procurou fugir da pobreza, porque lá os homens não conheciam a greve, nem os movimentos que procuravam lutar em prol dos trabalhadores como havia no Recife.
Uma consciência de classe, ainda indistinta ainda possível de exploração como acontece na luta política que envolve o Recife da época. Com o Dr. Pestana, com um socialismo para uso externo, arrebatando as massas e dizendo-se líder do proletariado, quando deles quer apenas o apoio, um apoio que lhe possibilite conquistar uma deputação federal. (MELLO, ibidem, p. 281)
Quanto ao estudo do aspecto social, o autor José Lins foi um,
[...] romancista, autêntico, sincero, de olhos abertos à realidade, sentiu o drama da miséria dos mocambeiros, a miséria de Florêncio, morrendo no mangue, enquanto o patrão pagava automóvel para a mulata se pavonear no carnaval. Viu o drama humano e retratou-o, como tinha retratado o dos párias do engenho. (MELLO, ibidem, p. 304)
De acordo com a opinião de GAMA e MELO (ibidem, p. 304), José Lins:
Sem saber, estava oferecendo um documento de grande importância para a estruturação do pensamento político das novas gerações nordestinas.
Não poderíamos deixar de focalizar no estudo desse romance toda a força de José Lins que provém do seu interior e transborda da intertextualidade que ele apresenta ao retratar o moleque Ricardo, que foi anteriormente vivenciado pelo negro Jim em The Adventures of Huckleberry Finn (1883), um romance de Mark Twain (Samuel Langhorne Clemens) (1835-1910), onde o negro Jim escapa da escravidão com o amigo Huck Finn em uma balsa e, longe da civilização, eles tentam superar as dificuldades, passando a cultuar o advento de outros valores distorcidos pela distinção de classes inferior e superior, pelo racismo, pelo preço a ser pago pela sua liberdade, etc.
MOLEQUE
RICARDO
|
NEGRO
JIM
|
SANTA
ROSA
(liberdade)
|
Miss
WATSON’S SLAVE
(injustiça
social)
|
RECIFE
(crescimento
pessoal)
|
RAFT
(fortalecimento
da amizade)
|
FERNANDO
DE NORONHA
Prisão
(injustiça
política)
|
LIBERTY
(adoção
por Tia SALLY)
|
A figura central da estória é Huck Finn: a estória é contada sob o seu ponto de vista, na primeira pessoa. Huck vê e relata: algumas vezes ele entende o que ele vê, e então ele a interpreta. Algumas vezes ele não entende, e isto é também significante. O tema central da estória é observado no primeiro e no último capítulo: a luta de Huck contra a sua não vontade em tornar-se civilizado. Ele está sempre envolvido em aventuras reais e é constantemente advertido por sua consciência. Durante toda a viagem pelo rio, ele tenta responder a pergunta se está certo o que a irmã da viúva está fazendo ou se é Jim. A sua preocupação com a justiça, o está colocando no centro de um dilema. Qualquer que seja a escolha que ele faça, ele está errado. Ele está errando se Jim voltar com ele para escravidão; ele está errando com Miss Watson se ele ajudar Jim a fugir. Huck não tem jeito de saber se ele está certo. Ele deve seguir os mandos de seus sentimentos todo o tempo. A única coisa que ele pode fazer é aprender através da experiência. E ele faz. (BUTRYM, 1977, p. 7)
A aventura no Rio Mississipi, uma das mais fascinantes viagens, começa no capítulo XII. Este capítulo está repleto de referências à vida idílica que Huck e Jim estão vivendo. O principal item desta vida é a balsa. É nesta balsa, uma oferta do rio, na qual os dois farão as suas jornadas (TWAIN, 1961, p. 23):
Daytimes we paddled all over the island in the canoe. It was mighty cool and shady in the deep Woods, even if the sun was blazing outside. We went in and out amongst the trees, and sometimes the vines hung so thick we had to back away and go some other way.
(Durante o dia nós remamos através da ilha na canoa. Era bastante frio e ensombrado na floresta adentro, até se o sol estivesse queimando do lado de fora. Entrávamos e saíamos entre as árvores, e algumas vezes as trepadeiras eram tão espessas que nós tínhamos de voltar e prosseguir por outro caminho).[1]
Eles flutuavam pelo rio, parando aqui e acolá para comprar alguns suprimentos ou “pedir emprestado” uma galinha, um melão ou uma abóbora. Quando ele encontravam aventura, Jim diz a Huck: “Better let blame’ well alone”. (TWAIN, ibidem, p. 32) (Melhor sermos censurados do que deixarmos de fazer).
O principal objetivo da fuga de Huck em balsa está ligado ao tema da desumanidade do homem para o homem. Nós observamos este fato claramente no capítulo XVIII, onde o orgulho da luta feroz entre os Grangerfords e os Shephersons com os incidentes que ninguém pode agora relembrar. Eles se respeitam, mas também se destroem. Um bom exemplo disso é o caso de amor entre Sophia e Harney, o qual lembra-nos do amor em Romeo e Julieta de William Shakespeare. É importante observar, como Huck só é feliz quando ele volta ao rio, à balsa e à Jim novamente. Ele está profundamente impressionado pela sordidez, pela sede de sangue e a crueldade e estupidez dessas famílias altamente respeitáveis. Este fato o faz sentir-se doente interiormente.
Toda esta jornada descreve principalmente o crescimento de Huck e Jim e o conseqüente amadurecimento em relação às emoções vividas. No capítulo XIX, a jornada idílica de ambos usando o rio e apreciando a beleza e bondade da Natureza, maculada somente onde fora tocada pela mão do homem. A calma, a tranquilidade e o sossego do rio são desfrutados por Huck.
O termo fuga, aqui mostra o contato real de Huck com a civilização, como aconteceu com o moleque Ricardo. Sua verdadeira jornada balança entre dois mundos: o contraste entre o rio e a civilização que é o objetivo do romance. Muitos críticos enfatizam a importância da diferença entre esses dois mundos, e eles questionam como Huck, um garoto branco, está sendo colocado entre velhas lealdades e as regras da civilização e sua própria escravidão, de um lado, e a fascinação de um rio, um novo mundo com valores diferentes e sua própria liberdade, do outro lado, como por exemplo, quando no capítulo XXIV, Huck é tido como rebelde por estar contra a conduta cruel do King e do Duke. O desgosto de Huck é também um reflexo da atitude de TWAIN em relação à falsidade e à desumanidade. Huck diz: “It was enough to make a body ashamed of the human race”. (TWAIN, ibidem, p. 83) (É o bastante para fazer um corpo envergonhar-se da raça humana).
Os momentos de crise de Huck aparecem quando ele finalmente resolve seguir seu coração em vez de sua mente; isso ocorre no capítulo XXXXI. Ele sabe que para salvar Jim da escravidão significa fazer a coisa errada, mas ele é um Abolicionista, ou pior, mas ele não é um hipócrita. Ele está certo que vai fazer a coisa errada pela razão certa. Ele decide, e aceita as conseqüências de sua decisão: “All right, then, I’ll go to hell; and tore it up. It was awful thoughts and awful words, but they was said”. (TWAIN, ibidem, p. 106) (Está certo, então, eu irei para o inferno; e o rasgou. Foram pensamentos e palavras terríveis, mas foram ditas). Este é um tipo de ecravidão moral e essa decião de Huck, de acordo com TRILLING (1961, p. 195) significa:
[...] the beginning of the moral testing and development which a character so morally sensitive as Huck’s must inevitably undergo. And it becomes na heroic character when, on the urging of affection, Huck discards the moral code he has always taken for granted and resolves to help Jim in his escape from slavery.
([...] o começo do teste moral e do desenvolvimento o qual um personagem tão sensível como Huck deve inevitavelmente tolerar. E torna-se um personagem heróico quando, no vigor da afeição, Huck rejeita o código moral que ele sempre levou em conta e resolve ajudar Jim em sua fuga da escravidão).
HANSEN (1963, p. 45-66) afirma que o personagem de Jim é a chave para a compreensão do final do romance. Comparando Jim com o nível da água do rio, ele afirma que “Jim is raised from the lowest level of comic stage Negro to the highest level of character, the Natural man”. ("Jim é promovido de um baixo nível de estágio cômico de Negro a um alto nível de personagem, o homem comum").
Percebemos que no final, quando Huck e Jim decidem deixar Arkansas, do mesmo modo, que os níveis do rio, eles estão fugindo dos baixos níveis da cultura Americana para o último nível do refúgio do comum, que é o Território Indígena. Em tais termos, HANSEN vê na fuga de Jim através das águas do rio como um ato místico.
Se considerarmos o romance sob o aspecto social, é necessário levar em conta o contraste relevante entre o rio e a margem. Esta oposição abrange uma grande parte do romance e mantêm-se em paralelo com a dualidade do bom natural (rio) e do mal social (margem). Além disso, a relevância de tais temas está diretamente ligada com o aspecto da derrota desenvolvida, como o próprio romance nos mostra, no final, esses dois mundos estão socialmente em oposição, como uma conseqüência das relações entre homens brancos e negros no Sul durante a década de 1830. Agindo como um Abolicionista, Huck torna-se o herói da ficção de Mark TWAIN.
Durante o curso do romance, Huck torna-se um garoto experiente, mais maduro, mais humano como um resultado de sua experiência com Jim no rio e na margem. Huck aprende o valor real da amizade. Ele chora quando Jim é vendido, no final do romance, por dois charlatões (King e Duke) por quarenta dólares para a família Phelps.
O romance não expressa só a rebelião, mas a grande mudança de caráter e conduz este crescimento para o coração do garoto. Sem dúvida nenhuma, Huck é esse garoto, e de acordo com Leo MARX (1961, p. 207):
After Huck’s escape from his “pap”, the drift of the action, like that of the Mississipi’s current, is away from St. Petersburg. Huck leaves Tom and the A-rabs behind, along with the Widow, Miss Watson, and all the pseudo-religious ritual in which Nice boys must partake. The return, in the end, to the mood of the beginning therefore means defeat – Huck’s defeat; to return to that mood joyously is to potray defeat in the guise of victory.
(Depois da fuga de Huck de seu ”pai”, a tendência da ação, igual à correnteza do Mississipi, é fugir de St. Peterburg. Huck deixa para trás Tom e os A-rabs, mais adiante a Viúva, Miss Watson, e todos os rituais pseudo-religiosos dos quais os bons garotos devem participar. A volta, no final, ao modo do início, entretanto, significa a derrota de Huck; voltar a esse modo alegremente é retratar a derrota sob a forma de vitória).
Agora vem a pergunta inevitável: Quem realmente foi derrotado em The Adventures of Hucleberry Finn? Tanto quanto a derrota moral é concebida, é inegavelmente verdade que Huck é golpeado pelas regras da sociedade. Mas, as mortes de Miss Watson e Pap trazem a liberdade real para ele e Jim: Jim é livre das correntes da escravidão de acordo com o testamento de Miss Watson e Jim diz a Huck que Pap era o homem morto que eles viram na balsa. Então o que parecia ser uma derrota aparente tornou-se um triunfo final, de acordo com os princípios da lei e fazendo uso da razão.
Esse triunfo final de Huck Finn, não é o mesmo dedicado ao moleque Ricardo. O governo desejoso de acabar com a anarquia operária, mandou manter os líderes na prisão:
O Dr. Pestana, metido em prisão por umas horas, teve a mulher para gritar por ele, habeas-corpus que o livrasse dos constrangimentos. Os chefes operários iriam para Fernando. Lá estavam os ladrões e criminosos curtindo penas. Para lá iriam os operários Sebastião e o povo da padaria de Seu Alexandre estava na lista para seguirem. Diziam os jornais que Sebastião era um perigoso agitador e a padaria onde ele trabalhava um foco terrível. Fernando de Noronha com eles. (p . 189)
E Ricardo? Fugiu do engenho Santa Rosa, sonhando com uma nova oportunidade para si. Em tão pouco tempo ele metera-se nas mais severas encrencas e com pessoas erradas:
Os negros iriam para Fernando. Jesuíno e Ricardo na ilha com ladrões e criminosos. O jardineiro olhava o chão pensando nos homens. O que tinham feito ele demais? Jesuíno e Ricardo não mataram ninguém, não tiraram o alheio. [...] Que fizeram os negros? Que fizeram Ricardo e Jesuíno? Mataram? Roubaram? O governo mandava os infelizes pra Fernando. (p. 190-192)
José Lins, na sua época, tentou através desse romance Moleque Ricardo (1935), conscientizar toda a sua geração que passiva ou ativamente lutava por melhorar as condições de vida e a retratação desses acontecimentos transpostos para a ficção superaram as expectativas no tocante ao desempenho de seus personagens. São apontadas pelo autor as mais variadas experiências humanas dentro de um universo literário completo e definido.
Referências Bibliográficas:
BUTRYM, Alexander J. Mark Twain's The Adventures of Huckleberry Finn and related works. New York: Monarch Press, 1977. 122p.
GAMA e MELO, Virginius da. O romance político do Recife. In: COUTINHO, Eduardo F. et alii. José Lins do Rego. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991. 474p.
HANSEN, Chadwick. The character of Jim and the ending of Huckleberry Finn. Massachusetts Review, 1963. p.45-66.
MELO, José Octávio de Arruda. De 1930 aos nossos dias. In: Independência - tempo histórico e nacionalidade. Recife: Indústria Gráfica do Recife Ltda., 1974. 114p.
REGO, José Lins do. Moleque Ricardo. 17ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 356p.
TWAIN, Mark. The Adventures of Huckleberry Finn. In: Sculley Bradley Ed. The American Tradition in Literature. New York: W. W. Norton & Company Inc., 1962. 1576p.
Referências Bibliográficas:
BUTRYM, Alexander J. Mark Twain's The Adventures of Huckleberry Finn and related works. New York: Monarch Press, 1977. 122p.
GAMA e MELO, Virginius da. O romance político do Recife. In: COUTINHO, Eduardo F. et alii. José Lins do Rego. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991. 474p.
HANSEN, Chadwick. The character of Jim and the ending of Huckleberry Finn. Massachusetts Review, 1963. p.45-66.
MELO, José Octávio de Arruda. De 1930 aos nossos dias. In: Independência - tempo histórico e nacionalidade. Recife: Indústria Gráfica do Recife Ltda., 1974. 114p.
REGO, José Lins do. Moleque Ricardo. 17ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 356p.
TWAIN, Mark. The Adventures of Huckleberry Finn. In: Sculley Bradley Ed. The American Tradition in Literature. New York: W. W. Norton & Company Inc., 1962. 1576p.
[1] A tradução da pesquisa que figura entre parênteses é da responsabilidade da autora, pertencente à ABRATES - Associação Brasileira de Tradutores, com Carteira Efetiva - Matrícula Nº 655.
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