Profª. Drª. Bárbara de Fátima.
VALENCY, Gisele. A crítica textual. In: BERGEZ, Daniel et alii. Métodos críticos para a análise literaria. Trad. Olinda Maria Rodríguez Prata. São Paulo: Martins Fontes, 1997. p.183-226.
Para a crítica textual percebe-se que a obra literária é de fundamental importância. Uma área que aborda de forma precisa é a lingüística porque comporta níveis múltiplos (semiótica, semântica, sintaxe, pragmática, etc.). Assim sendo, para dar suporte teórico ao seu texto, Valency cita o papel de três lingüistas: Ferdinand de Saussure, Roman Jakobson e Émile Benveniste para demonstrar que seus trabalhos foram apresentados sob uma ótica “estrutural”. O estruturalismo se baseia em analisar a obra sem se preocupar com as intenções do autor. A obra deve ser estudada em relação com a vida do autor e os costumes de seu tempo. Já o formalismo relaciona a obra do autor com os setores da cultura e da realidade social.
Valency apresenta a pluralidade de concepções formalizadas com relação a: 1- Análise estrutural das narrativas; 2- Teoria do texto poético (função poética, o modelo fonemático; o significante e o fonema); os anagramas de Sausurre e o signo em poesia; as sobredeterminações: teoria e exemplos; sobredeterminação por associação e metonímia; sobredeterminação do significado pelo significante; sobredeterminbação pela intertextualidade; sobredeterminação do figurado pelo literal: a letra e o espírito; debates: contra o fechamento do texto); 3- Texto plural (deslocamento da retórica; a forma-sentido, posição de R. Barthes; a conotação;o contexto social e a conotação; a conotação e a disseminação); 4- Teorias do texto oriundas das problemáticas da enunciação (a literatura e os pactos narrativos; a enunciação no texto; discurso, narrativa: a dêixis; a pessoa no texto: o descentramento do “ele”; formas de anterioridade: tempo e cronologia; os marcadores de cronologia e a localização da narrativa; a ordem do texto; anáfora retórica e anáfora gramatical; cronologia e vozes narrativas; as vozes narrativas; a polifonia; o estilo indireto livre).
Após a leitura do texto em epígrafe conclui-se que se trata de uma pesquisa bem elaborada pela autora, onde ela advoga a utilização destas concepções e definições como suporte básico para a compreensão do objeto de estudo da crítica textual que são os documentos escritos, ou seja, o livro impresso e suas edições, dado que o seu escopo é fixar, interpretar e comentar este livro impresso e suas edições.
Com certeza, as teorias apresentadas visam esclarecer e aprimorar o conhecimento dos pesquisadores e destina-se aos estudiosos e interessados nos problemas com que se defrontam na preparação de texto. Acredita-se que apenas a linguagem está pouco acessível aos iniciantes, sem, contudo, descurar o rigor da informação científica, alicerçados que estão nas lições e experiência da competente pesquisadora desta abordagem filológica.
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