Profª. Drª. Bárbara de Fátima.
CARVALHO, Rosa Borges Santos. A Filologia e seu objeto – diferentes perspectivas de estudo. In: Revista Philologus, Ano 9, Nº. Rio de Janeiro: CiFEFiL, maio/ago. 2003. p. 44-50.
É muito gratificante para os estudiosos de textos escritos a maneira simples, objetiva e bastante didática pela qual a autora expõe a Filologia em seus diferentes campos de atuação.: a Lingüística, os Estudos Literários e o Comentário ou Explicação de Textos. Mas, segundo ela, dentre o conjunto de atividades pertinentes à Filologia está a Edição Crítica de Textos que como primeira função vem através do estabelecimento do texto para chegar à perfeição do mesmo, penetra e transpõe o que no texto está concentrado, deduzindo algo que não vemos sem a investigação apurada e minuciosa. É a forma mais transcendente de realizar um trabalho filológico.
Partindo deste ponto, a autora apresenta a separação de Lingüística e da Literatura no século XIX, mas a partir do século XX, observa-se que outras ciências passam a auxiliar a Filologia, como a Antropologia, a Psicologia, a sociologia, a História, etc. Deste modo, já não poderemos separar a Lingüística, a Literatura e a Filologia por estarem interligadas pelo elo da linguagem. Assim, a Filologia se apresenta ramificada em: 1- Lingüística , Lingüística Descritiva e Lingüística Histórica e 2- Filologia Textual/Crítica Textual.
Verifica-se após longos anos que a Filologia permanece a mesma ocupando-se da linguagem de várias maneiras e abrangendo inúmeras atividades, sempre respeitando a língua como “sagrada”, de acordo com a cultura e a civilização do povo a que pertence. Os documentos escritos por eles, passam por estudos quanto à fonética, morfologia, sintaxe e o léxico, tarefa essa realizada no plano lingüístico. Os temas, gêneros, tendências, diferentes correntes do pensamento e formas literárias diversas são analisados no plano literário. Percebe-se, assim, que a Filologia se ocupa do texto escrito para situar toda uma civilização no binômio espácio-temporal. Deste ponto em diante, define-se o campo da crítica textual em andamento cujas finalidades são: 1- o exame de toda a tradição manuscrita; 2- verificar o grau de autenticidade do texto; 3- estabelecer o texto original perdido. A crítica textual se apresenta em três modalidades: 1- Tradicional; 2- Moderna; 3- Genética. Quando estas três modalidades entram em ação obtém-se edições diferentes: a edição crítica, edição diplomática ou paleográfica, edição fac-similada, edição interpretativa, edição crítico-genética e edição genética. Todas estas modalidades estão bem definidas e exemplificadas de forma concisa e cuja compreensão se observa no texto da autora. No final, a autora apenas à exposição anteriormente apresentada como um apelo do qual todo docente ligado à disciplina Filologia Românica do Curso de Letras tende a fazer para tornar seus alunos multiplicadores de tão belo trabalho que é objeto da Filologia.
Desta forma, conclui-se que o texto da Profª. Drª. Rosa Borges está bastante instrumentalizado teoricamente para a conscientização, por parte dos docentes e discentes, do processo ensino-aprendizagem da linguagem em suas várias áreas. Congratula-se o seu olhar de devoção para o alcance cada vez maior do “amor pela palavra”.
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